quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Grades da Liberdade

Sentia que a noite avançava lentamente a medida que o telhado e as janelas eram castigados pela chuva que caía. O pouco líquido restante na garrafa denunciava que já não mais pensava com a mesma lucidez, essa mesma que o fez pensar que todas as palavras amargas dirigidas a ela tinham o mesmo gosto deste conhaque que colocava para dentro, talvez numa esperança ingênua de o alcóol pudesse limpar as feridas que trazia por dentro.

- Ela vai voltar, sempre volta...

Essa idéia que mal se podia colocar em pé servia como o analgésico necessário ao mal estar que misturado aos tragos que tinha tomado, deixavam uma agonia que se apoderava cada vez mais daquele espaço reduzido.
Cambaleante chegou a cama, onde ainda podia repousar, mesmo com as voltas que sentia, adormeceu depois de ver repetidas vezes o mundo girar sem que saísse do lugar...

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